quarta-feira, 2 de março de 2011

Estados têm dificuldade para construir cadeias

17/11/2010 10:43,  Redação, com ABr - de Brasília

Em menos de uma semana, duas rebeliões violentas ocorreram no país, deixando 21 mortos no Maranhão e em Manaus. Os presos reivindicam melhorias nas condições de vida nas penitenciárias.
De acordo com o diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Airton Michels, alguns Estados reclamam do repasse de verbas feito pelo governo federal. No entanto, há Estados que recebem recursos desde 2004 e ainda não iniciaram as obras.
– De 2003 para cá, foi liberado cerca de R$ 1,2 bilhão para o sistema prisional dos Estados pelo Fundo Penitenciário Nacional – Funpen. Esse fundo é apenas uma complementação, um auxílio determinado em lei para ajudar os Estados.
Este ano, o governo do Maranhão teve de devolver ao Ministério da Justiça R$ 4,1 milhões disponíveis desde 2004 para a construção de um presídio no município de Pinheiro.
– Isso foi em 2004, e a obra foi cancelada. Fizemos o estorno e pegamos o dinheiro de volta –, disse Michels.
Para o diretor do Depen, muitos Estados têm dificuldade de construir cadeias.
– Os municípios reagem, a sociedade não quer ver um presídio perto de casa. Isso atrasa as obras, muitas vezes o governo do Estado tem um terreno, mas há um movimento na cidade contra a instalação do presídio e é preciso escolher outro local. Os Estados sempre se submeteram a questões políticas e isso prejudica a construição de presídios.
De acordo com Michels, a superlotação dos presídios estaduais levou às rebeliões da semana passada.
– Vínhamos, há muito tempo, sem rebeliões. Quando começamos a operar as cadeias federais, no fim de 2006, reduzimos em cerca de 70% essas rebeliões. Mas a superlotação é um fenômeno do mundo inteiro, principalmente da América Latina.
No Brasil existem atualmente quatro penitenciárias federais – no Paraná, Rio Grande de Norte, em Mato Grosso do Sul e Rondônia – com capacidade para 832 presos. No ano que vem, Brasília também terá uma penitenciária federal com 208 vagas.
– O Sistema Penitenciário Nacional trouxe uma ajuda importante para os demais presídios. São cadeias absolutamente seguras, de segurança máxima, muito bem equipadas e viabilizam que a gente socorra os estados e desarticule aquelas operações da criminalidade organizada que opera nos presídios –, afirmou Michels.
Segundo ele, as cadeias federais foram construídas para abrigar os presos mais perigosos.
– Evitar a rebelião está na atribuição dos governos dos Estados. Quando soubemos das rebeliões, entramos imediatamente em contato com os Estados. Nós socorremos o Amazonas recolhendo 20 presos e o Maranhão, com outros 20. Enviamos aeronaves para recolher esses detentos e colocá-los nos nossos presídios

Postado dia 02/03/2011 Às 21:06
site: http://correiodobrasil.com.br/estados-tem-dificuldade-para-construir-cadeias/191368/

3 comentários:

  1. Superlotação, lugar necessario para construir presidios, centros Urbanos?
    Faltam respostas para tranquilizar a população. O que fazer com os dependentes? Para onde podemos levá-los?

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  2. Problematizar melhor as questões. Os comentários mais analíticos criarão melhores condições para a elaboração da monografia.

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  3. Acho que é urgente o poder publico voltar atenção e trabalhar a fim de modificar a estrutura carcerária brasileira que nada mais é que um precário amontoado de pessoas ao qual tenções internas levam a constates rebeliões sangrentas e conseqüente fuga de detentos, o que gera para a sociedade uma grande preocupação e repudia a possibilidade de se tornar visinho de um presídio ou similar.

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