domingo, 13 de março de 2011

Caos atrás das grades. Dá para resolver isso?

O DC ouviu especialistas em segurança, agentes carcerários e ex-detentos para fazer um diagnóstico e apontar soluções para a gestão do sistema prisional catarinense, que tem, hoje, 15 mil presos.

Celas superlotadas, muros cada vez mais altos, gritos de rebelião. Para especialistas e estudiosos, é consenso que o sistema carcerário brasileiro está bem próximo da falência.

Maus-tratos, falta de atendimento médico, racionamento de água e até casos de tortura são denunciados pelos internos das mais diversas penitenciárias do país.

Agentes penitenciários relatam a insegurança na responsabilidade diária de trabalhar em um lugar que deveria justamente gerar segurança para a população.

Esses são só alguns dos problemas que se acumulam nas mesas dos administradores da segurança pública. E Santa Catarina não é exceção. Ainda estamos longe de Minas Gerais, que, com população carcerária de 50 mil presos e déficit de 18,7 mil vagas, é o Estado que apresenta os maiores números do sistema prisional no país.

Em Santa Catarina, com população carcerária estimada em 15 mil presos, o déficit alcança a cifra de aproximadamente 6 mil vagas. Falta espaço para abrigar presos condenados e provisórios.

Para encorpar a discussão sobre a eficiência do sistema prisional catarinense, o mês de fevereiro ficará marcado pela maior fuga da história do Estado, quando 78 presos fugiram da central de triagem do complexo prisional de Florianópolis.

Com papel e caneta nas mãos, o presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), João Moacir Correia de Andrade, faz o cálculo do sistema prisional catarinense.

– O número da população de Santa Catarina, estimada em 6,2 milhões de pessoas, relacionado com os 15 mil presos que temos no Estado e você terá o tamanho de nossa incompetência. Os detentos representam 0,22% da população.

– Nem assim conseguimos resolver os problemas de nossos presídios. É hora de perguntar o porquê disso – avalia o advogado.

pedro.santos@diario.com.br
PEDRO SANTOS | Joinville
 

2 comentários:

  1. Diante dos números apresentados neste artigo aos quais indicam uma parcela mínima da população total que comete delitos e portanto e por tabela utilizam o sistema prisional brasileiro. Perante isto a eminente falência do sistema carcerário nacional em que a corrupção,super lotação, maus tratos etc. demonstram que o problema tem mais a ver com a falta de interesse do publico em investir do que propriamente o que investir.

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